Eu sei que não dá para voltar e entendi isso naqueles primeiros minutos de conversa em que você disse, compassadamente, que não damos certo e que não importava tentar, nós iríamos voltar ao mesmo lugar. Já era, chega. Até porque já tentamos. Não só uma, mas cinco vezes. Sim, eu contei todas as vezes em que perdíamos o rumo de tudo e esquecíamos que somos muito melhores juntos e que não importava os problemas ou as possibilidades de dar certo, o nosso errado era certo.
Era pra ser. E no meio dessas cinco tentativas, apagamos o contato um do outro, apagamos das redes sociais, apagamos fotos, apagamos mensagens e apagamos até alguns momentos felizes da memória, para a saudade não doer tanto. Mas doía, doía mais do que eu podia imaginar. É impossível apagar todas aquelas memórias e, principalmente, tudo o que passamos juntos. Não dá para apagar todas vezes em que falar com você durante a madrugada se tornou muito mais importante do que dormir. Não dá para esconder todas as vezes em que sorrir ao te ver sorrir se tornou mais importante do que qualquer outra coisa que eu possa fazer involuntariamente.
Eu não consigo esquecer todas as vezes em que tentei te convencer que você é muito melhor do que imagina, que não tem ideia do que é acordar e dormir com você na mente e se sentir mais do que feliz só de pensar na possibilidade de passar uma vida inteira ao teu lado. Você não tem ideia do quanto é difícil fingir que nada aconteceu.
Porra, não dá para abrir a galeria de fotos do meu celular sem que meu coração dê um pulo dolorido por ver imagens suas de todas as poses e sorrisos possíveis e o pior é que não consigo apagar, não consigo apagar nada, porque apesar de ter entendido que não dá certo, eu não consigo parar de alimentar essa pequena esperança de que você vai voltar atrás e tentar mais uma, mais duas, mais três e até mais mil, só para deixar claro que desistir da gente não é e nunca será a melhor ideia.
Pedro Silva