Eu me lembro do início. Quando as palavras fluíam, os assuntos não terminavam e tudo era motivo pra ficar mais uns minutos. Eu me lembro dos meus olhos brilhando, do sorriso quando você chamava, dos apelidos. Eu me lembro das promessas, do abraço e saudade que você fazia.
Mas o tempo passou e a gente foi se distanciando. O assunto acabou. Eu me lembro de me esforçar para ter assunto. De me sentir obrigada a falar. De não sorrir mais. De não termos mais apelidos. Que estranha essa coisa… Uma pessoa que nos conhece tão bem, de repente se torna um desconhecido.
Eu me lembro de querer que não fosse assim. Eu juro que queria, que quero. Mas não dá. Simplesmente acabou, sabe? Sem mágoa, sem ressentimento, sem palavras a dizer. Só acabou. Me perdoa por não insistir em nós. É que eu sinto que não há mais o que resgatar entre a gente. Eu te amo, e é um amor que te quer bem, te quer feliz, mas não faz questão de estar ao seu lado, como fez outrora. É um amor de quem te quer ver crescer na vida, mas vê que não há mais lugar ali pra si.
Me perdoa por não insistir, por deixar você seguir seu rumo longe de mim. Eu aceito que a vida tem disso, que a gente pode amar alguém mesmo que esse alguém não seja a nossa pessoa favorita no mundo, seja apenas alguém que passou e marcou a gente. Eu entendo que as pessoas são como jóias preciosas, quando a gente ganha umas, guarda outras. Elas permanecem ali. Não perdem o valor, só perdem a prioridade. Isso é duro de aceitar, mas eu aceitei.
Parei de dar murro em ponta de faca, de dizer que queria estar ali, que queria forçar o assunto, que ainda queria ocupar tanto espaço na sua vida. Tô aqui, viu? Como uma joia guardada pra quando você precisar. Torcendo por você. Obrigada por tudo! Eu te amo. Espero que me perdoe por não insistir em nós.
Drica Serra