Licença que agora quem vai ser feliz sou eu, tá? Você já se divertiu demais, já me iludiu demais. Já desgastou toda a minha beleza desfrutando da minha companhia agradável.
Eu estava cega. Completamente obcecada pelo seu amor. Pela sua atenção. Esqueci, em alguns momentos, do valor que eu tinha quando perdoei as suas mentiras. As suas traições. Quando fechei os meus olhos pro descaso que você tinha comigo.
Então, um dia, você resolve ir embora e eu sofro. Era como se eu levasse uma surra por minuto. Depois você voltou, e eu te abracei.
E ficou nesse vai e volta várias vezes. Eu sempre disponível, esperando pela tua esmola. Me comportando, inclusive, como se ainda tivesse namorando você. Tudo isso pra não te magoar. Veja só!
Logo você, que não fazia questão de esconder as bocas que beijava. Afinal, publicidade é alma do seu mau caratismo.
Minhas amigas cansaram de mim. Desistiram de me alertar sobre a sua toxicidade. Diziam que você não valia o meu amor, a minha dedicação.
Quantas vezes eu me desesperei. Chorei rios querendo entender em qual parte eu estava errando na minha certeza em te fazer mudar.
Hoje olho para o passado, vejo o tanto de coisas ruins que você fez e me sinto uma idiota. Uma idiota saudável, sabe? Daquelas que foi idiota com orgulho, porque assim aprendeu a ser esperta.
Aprendi com a nossa história que tem gente que não vale o nosso amor, a nossa dedicação e, muito menos, o nosso desespero.
Sai da minha frente, por favor, que a minha felicidade está passando feito uma locomotiva de flores por todo o sentimento tóxico que eu nutria por você.
Edgard Abbehusen