A gente, às vezes, quando se sente confortável ao se relacionar com uma pessoa, criamos o hábito de aceitar tudo que ela nos oferece. E isso diz respeito também a coisas destrutivas.
Acabamos esquecendo que o bem-estar emocional vale muito mais que aqueles poucos minutos de gracejos que a pessoa nos proporciona, até porque a gente não consegue esconder de nós mesmos as feridas que assolam o nosso coração. E elas tendem a doer mais quando estamos sozinhos.
Ninguém é ingênuo ao ponto de ouvir palavras duras, de receber tratamento indesejado, de presenciar atitudes desagradáveis e achar que é normal, apenas pelo fato dessas coisas serem feitas pela pessoa na qual se mantém um relacionamento. Principalmente quando tudo que você oferta é o contrário disso.
Relacionamento não é sinônimo de destruição. A gente deseja se relacionar para ser cúmplice, criar uma aliança sadia e preencher o coração com sentimentos puros. Tudo que for diferente disso é cilada. E insistir em algo que, claramente, já tem um fim decretado é tolice.
Eu já fui parar até no inferno por conta de pessoas que não mereciam que eu desse sequer um passo segurando sua mão. Sofri por não entender que a vida a dois não diz respeito à submissão emotiva. E só depois passei a perceber que relações tóxicas adoecem gravemente a gente por dentro. A recuperação demora bastante e nos custa muito sacrifício.
A verdadeira liberdade acontece quando o coração da gente se enche de amor próprio. Quando a gente se blinda e impossibilita que relações tóxicas façam parte de nossa vida. Não devemos aceitar menos do que oferecemos e quando perceber que, os momentos de paz são, em sua maioria, bem menores que as razões que te fazem sentir dor, então é hora de abrir mão.
Dificuldades toda relação enfrenta, mas permitir que sua alma grite enquanto sua mão está presa a de uma pessoa que te destrói dia após dia é tolice.
Jey Leonardo