Fico incrédula com a quantidade de casais infelizes que permanecem juntos. Parece que estão amarrados a algo que os impede de se separarem. Alguns tolos dizem que é o amor que sentem, ora, me poupem, onde há amor, há alegria e satisfação ou no mínimo consideração para deixar o amado livre para ser feliz como bem entender.
Alguns casais brigam, se ofendem, se sufocam, não suportam mais a voz do parceiro e não confiam um no outro. A relação é pesada, há mais discussão que diálogo, sexo, então, escassez total. E continuam ali, mantendo aquele status de relacionamento.
Queridos, não confundam porto com âncora.
Porto é terra firme, segura, onde se pode atracar e partir quando quiser. É um local seguro para passar a noite, a semana ou o resto da vida, se for o caso. Se não for, ele permanecerá firme, seguro, independente.
Porto é aquela pessoa que acolhe quando alguém chega a esse destino, oferece abrigo e proteção, condições favoráveis para atender algumas necessidades e sabe muito bem, que todos são livres e podem partir mais cedo ou mais tarde, ou não.
Triste é ver tanta gente sendo âncora. Prendendo seus parceiros com chantagem emocional ou financeira. Machucando e desculpando-se em seguida, prometendo melhora. Traindo, por insatisfação, sem a intenção do divórcio. Impedindo o fim da relação por carência ou dependência. Todas as atitudes demonstram enorme falta de consideração pelo cônjuge e pela relação, contudo, insistem em manter aquele vínculo, na ilusão de que está possuindo alguém.
Não é só um dos personagens que está perdendo. Em uma relação infeliz, ambos estão infelizes, ambos estão deixando de ter uma vida mais alegre e satisfatória. E quando um é âncora, o outro também é, porque se não fosse, não se permitiria estar nessa situação. Se olhar bem, fica fácil notar que nunca o parceiro de um âncora é totalmente vítima, o vínculo é vicioso.
Então, por favor, não seja uma âncora na vida de alguém, porque a pessoa pode até nunca partir, mas você vai enferrujar e apodrecer junto.
Mallu Navarro