A casa só ganha vida quando habitada
Vazia, me deixa oca
Cheia de paredes, tetos e cômodos
Me incomodo com a minha própria presença
Fica nítido como só ela não preenche todos esses espaços, não sou capaz de dar todos os passos.
Percebo como a solidão é vasta, aqui dentro
Nada do que eu faça lhe basta
Ela me procura, me exaure, chega no meu epicentro.
Me escondo em livros, os levo para todos os cantos comigo
Tento – frustrada – que eles ocupem esses vãos entre eu e o mundo
Encho os ambientes de palavras e frases
Inútil, são ineficazes
Contra o abismo de uma casa inteira deserta- sem ar
A casa só ganha vida com vida
A casa só é viva, em par.
Andréa Góes