Mallu Navarro

De tanto apanhar da vida e das pessoas, aprendi a revidar com indiferença

Não sei onde foi que eu perdi o meu norte. Tudo ia tão bem. Amigos sinceros, parceiros dedicados, família apoiando meus ideais. E, de repente, passaram-se dez anos e onde está essa realidade?

Guardo lembranças e coleciono experiências, procuro sempre tirar algo bom de qualquer coisa. Acho que devo quem eu sou hoje a esse passado. Não só as qualidades, mas os defeitos também, afinal, todo comportamento é criado quando precisamos dele.

Essa peleja me fez forte e ao mesmo tempo dura. De tanto apanhar da vida e das pessoas, aprendi a revidar com indiferença. Um filme me emociona mais do que qualquer sofrimento da vida real, cada um com seus problemas, quando eu tiver um decidirei como reagir. Não me cobre comoção pelas dores alheias.

Também não pense que meu coração é uma rocha, há muito amor em mim convertido em compreensão e respeito. Respeito pelas escolhas, personalidades e destinos de todos. O que uns acham que é egoísmo, para mim é concessão de liberdade. Eu te permito ser o que você quiser. Posso permanecer perto ou não. Mas a sua decisão, é sua.

Se você sofre, ou passa por dificuldades, isso pertence a você e à sua história. Eu posso te ouvir e te auxiliar caso seja viável, mas não espere que eu resolva seus problemas, pois esse desafio é seu e não meu.

Eu não nasci assim… ou sim. Quem poderá dizer? O que sei é que ao longo da minha caminhada aprendi com gregos e troianos que minhas atitudes são mescladas, que meu discernimento é calculado, pois não há nada mais entediante do que pessoas previsíveis.

As cicatrizes são inúmeras, mas fiz proveito de cada uma, algumas doem até hoje enquanto outras me tiram sorrisos e arrepios. Todos gostaríamos de uma vida repleta de prazeres e bons momentos, no entanto, se você não está disposto a se machucar de vez em quando, então, você não está pronto para viver.

Mallu Navarro